terça-feira, 2 de junho de 2009

A Vontade de Poder

Submeto-me à vontade da minha vontade,
Alheio aos meus desejos.
Submissão à vontade, às vontades,
Nossas que não o são realmente
E dos outros, se forem de acordo com a vontade
Da nossa vontade e do árbitro dos desejos.

Não quero ser feliz!
Nada me livre!
Quero submeter os outros
Aos meus desejos de criança corrompida,
Mesmo cruéis como arrancar a cabeça à boneca favorita da irmã.

Cresci? Nada disso!
Cresceram as vontades e a cada satisfeita...
O vazio da sua satisfação após a satisfação de um vazio futuro.

Não é por o bom ser bom e o mal mau...
É a vontade que me faz bom ou mau.
Quero lá eu saber de ideias!
Nunca cheirei uma teoria!
Os valores nunca me alimentaram!
Nunca fodi um dogma,
Ou senti na pele uma palavra!
Por dentro, não somos nada para o mundo
E o mundo, nunca nos entra dentro.
Partes com que construímos a colagem do que somos:
Um mundo que escolhemos ser,
Um mundo segundo a vontade da nossa vontade,
Não... nunca inteiramente... não directamente nossa... nosso?

Escapa-se-me as ideias, mas nem é por entre as circunvoluções
E muito menos por entre os dedos.
Escapam-se-me por entre pedaços de não-ser,
Esquecimento, falta de vontade e ... Nada!


Rantasalmi

02-06-2009

João Bosco da Silva

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