Cada vez mais pesada.
Mal a posso aguentar.
Quero libertar-me deste peso e esquecer,
Renascer algo completamente novo,
Cadáver sem ilusões ou esperanças
Nesta realidade tão real e fatal.
(Condicionados à eterna desilusão
Até que a própria vida nos desiluda.)
O passado puxa-me a alma, fato viscoso colado ao corpo.
Sinto-me um saco de memórias,
Tão cheio que as alças estão para rebentar.
Sou de plástico barato!
Assim me fizeram, não esperando grandes feitos para recordar,
Mas eu acumulo tudo e todo o lixo me é precioso porque sou feito dele.
Não sei que volume me deram para encher e suportar,
Sei que não aguento muito mais.
(Despejem-me e virem-me do avesso
Que serei o mesmo, vazio...)
A vida cai-me nos olhos, nos sentidos
E enche mais a falta de tudo o que passou.
Puxo e puxo esta alma de látex que se estica
Enquanto o tempo me faz caminhar
Com ela presa ao passado.
Rantasalmi
13-06-2009
João Bosco da Silva
13-06-2009
João Bosco da Silva
1 comentário:
Este poema saiu do ecran e entrou-me directamente na alma...
"Renascer em algo completamente novo,
Cadáver sem ilusões ou esperanças.."
thanks for the introspection*
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