terça-feira, 9 de junho de 2009

Nota Pós-Orgásmica

Agarram-se ao sentir,
À novidade dos sentidos, mas para quê?
O vazio do nada, do futuro, é tão grande,
Que torna qualquer gesto ridículo.
Nem é um nadar contra a corrente,
É mais bater os braços enquanto se cai num abismo infinito.
Procuram-se os limites do corpo,
Mas o limite é simples e desconhecido.
A sensação mais extrema é a aniquilacão de todo o sentir!
Aborrece-me tanto um puritano, com a sua busca pela pureza,
Como uma puta gratuita, com a sua busca pela decadência.
(Pureza? Decadência? Qual? Onde? Quando?)
Olhar-lhe nos olhos, vê-la a passar,
Agarrar-lhe, no último momento, um passageiro e mantê-lo
Por cá mais uns tempos... isso sim!
Quase dá razão a isto!


07-06-2009

Savonlinna

João Bosco da Silva

Sem comentários: