domingo, 26 de abril de 2009

Negação

Perdido entre pensamentos coloridos
De mortos valiosos no nada,
Rodeado de formas sentidas de dentro para fora,
Deslumbrado pelo aborrecimento do maravilhoso
Simplesmente humano e possível,
Sinto palpitar a minha mais selvagem imaginação,
Incapaz de qualquer tipo de arte.

As obras humanas que se me atravessam
Na linha do desejo, de olhares penetrantes,
Excitam-me mais o sentido da vida.

E tudo são sublimações, mastigações, frustrações, negações,
Emoções quando não nos ocupam as sensações.

E tudo é tinta, pedra e tecido,
Distante e frio, humano de interior,
Filhos da companhia solitária...
(E elas passam de olhos vivos e fogo sempre aceso.)

Afogo-me no mar de beleza multicolor
E sinto que valeu a pena.
Atravesso a cascata do maior prazer
Sem molhar a minha pele que pede
O que a consciência lhe nega.


21-04-2009

Paris

João Bosco da Silva

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